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sábado, 6 de junho de 2015

SÃO PAULO MUDARÁ ENSINO MÉDIO PÚBLICO EM 2016 E ALUNOS VÃO ESCOLHER DISCIPLINAS

SP MUDARÁ ENSINO MÉDIO PÚBLICO EM 2016 E ALUNOS VÃO ESCOLHER DISCIPLINAS

O PLANO É QUE A MAIOR PARTE DO QUE É ESTUDADO NOS DOIS ÚLTIMOS ANOS SEJA CONSTRUÍDA A PARTIR DOS INTERESSES DO ALUNO. DEVE HAVER A OFERTA DE DISCIPLINAS FORA DA GRADE TRADICIONAL, COMO TEATRO



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Educação escola estudo material escolar (Foto: Shutterstock)
O governo do Estado de São Paulo vai iniciar no próximo ano um novo modelo de currículo no ensino médio. O plano da Secretaria Estadual da Educação é transformar a maior parte do curso em disciplinas optativas, modelo em que os estudantes podem escolher o que vão estudar. O novo ensino médio deve começar em 2016 em um número restrito de escolas e depois avançar para toda a rede.

A reforma dessa etapa deve transformar sobretudo os 2.º e 3.º anos, quando as disciplinas serão oferecidas para opção do aluno. Será o estudante que montará sua grade. Apenas o 1.º ano continuaria com o currículo fechado, em um "núcleo comum", como é hoje em toda a educação básica.

Ao se confirmar, essa deve ser a maior mudança no ensino médio da rede estadual, a maior do País. O secretário da Educação de São Paulo, Herman Voorwald, informou à reportagem acreditar que a aposta no protagonismo do aluno é a melhor saída para essa etapa, considerada o maior gargalo da educação brasileira.

"Se eu quiser desenvolver a capacidade de escolha e de tomada de decisões nos jovens, tenho de permitir que ele opte. Este é o único caminho que tenho para que esse menino diga: 'estou escolhendo as disciplinas que eu quero, que fazem parte do que eu quero seguir na minha vida'", disse o secretário.

A proposta está sendo finalizada na área pedagógica da pasta para ser discutida no Conselho Estadual de Educação (CEE) no segundo semestre. A secretaria não revela detalhes, mas o plano é que a maior parte do que é estudado nos dois últimos anos seja construída a partir dos interesses do aluno. Deve haver a oferta de disciplinas fora da grade tradicional, como Teatro. "Ou mudamos ou vamos falir e esses meninos não vêm para a escola. Se ele odeia Matemática, pode optar por Artes, Idiomas", diz Voorwald.

Modelo
Ainda não há um número definido de escolas que vão iniciar a nova grade, mas elas serão escolhidas por adesão ao projeto. Há preocupação na pasta de o modelo "travar" se for iniciado em um número muito grande de escolas ou na rede toda. Essa estratégia de adesão foi adotada no modelo de Escola de Tempo Integral, iniciado em 2011, que hoje envolve 257 escolas do fundamental ao médio.

Ensino médio
Essas unidades de tempo integral têm grade flexível, com base em um conceito de protagonismo juvenil. Os alunos podem escolher disciplinas optativas, que vão da prática de ciência à moda. As boas experiências do modelo é que têm inspirado o novo currículo. "O aluno não será mais um número, muda até o conceito de gestão", diz o secretário, que afirma que o plano existe desde 2011, quando assumiu a pasta no início do mandato anterior do governador Geraldo Alckmin (PSDB). "Mas o terreno não era fértil na época, como agora", diz.


Para especialistas, mudanças são urgentes. Segundo o ex-secretário de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC) Cesar Callegari, o ensino médio precisa de uma revolução, feita com muita coragem. "Não adianta mais ficar remendando uma estrutura que evidentemente não corresponde às necessidades dos jovens, das escolas e do País", diz o também ex-secretário municipal de Educação da Prefeitura de São Paulo. "É importante que a meninada tenha como exercer seu protagonismo."

Os indicadores de qualidade do ensino médio do País estão praticamente estagnados, e não é diferente em São Paulo. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do ensino médio paulista caiu entre 2011 e 2013, de 3,9 para 3,7, ficando abaixo da meta daquele ano (que era de 3,9) e distante da meta a longo prazo: chegar a 5,1 em 2021. No indicador estadual realizado todos os anos, houve variação positiva no Idesp em 2014 com relação ao ano passado. Passou de 1,83 para 1,93 - o ideal é chegar a 5. O maior problema é que os resultados nas avaliações de Português e Matemática estão estagnados em níveis muito baixos há anos.

A pesquisadora Paula Louzano, doutora em Política Educacional pela Universidade Harvard, vê a falta de um esforço para uma sistematização articulada entre os níveis de ensino. "Há uma ideia de que nosso ensino é enciclopédico, mas nem a esse ponto chegamos. Se os alunos soubessem o que é porcentagem, mas não entendessem para que serve, seria isso. Mas a maioria dos alunos não sabe nem porcentagem", diz. "Vejo com muita desconfiança reformas no ensino médio sem mexer nos anos finais do ensino fundamental."

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